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2017, viagem

Cartagena, ooh-na-na

December 2, 2017 by Tany 17 Comments

Colômbia nunca foi o meu primeiro destino quando pensava em viajar para fora do país, mas também não era um local que não queria conhecer, só estava ali no meio, sabe? Eu mal sabia que iria me apaixonar por Cartagena a cada relato que lia sobre a cidade, sua comida e receptividade, mas principalmente olhava fotos lindas de lugares que pareciam ter saído de um sonho colorido. Quando cheguei no país, por maior que tivesse sido a minha pesquisa, não sabia o que esperar. Era a primeira viagem que faria somente com a minha mãe na vida para outro país e confesso que tinha medo que a temperatura a irritasse ou a minha vontade de bater perna o dia inteiro conhecendo a cidade e, principalmente, o centro histórico a deixasse entediada. A realidade é que minha mãe aguentou muito mais do que essa que vos escreve e se encantou tanto quanto com cada esquina, ruas, cores e a simpatia do povo colombiano, principalmente quando notavam que éramos turistas brasileiras.

Chegamos em um domingo bem tarde da noite no Hotel Artilleria, no outro dia tomamos café da manhã cedo e fomos direto para o centro histórico dar uma olhada no que nos aguardava pelos próximos dias. Sempre que chego em um local tento programar diariamente o que vou fazer com espaço para andar e me perder no que a cidade mostra para mim e, se possível, deixo um tempo livre para voltar em outros dias em locais que gostei muito ou não consegui ir. Odeio pular de cidade em cidade e sou completamente adepta do slow travel já conformada que independente do roteiro que vá fazer nunca dá para conhecer tudo.

Em séculos passados a cidade era constantemente atacada por piratas (sério!) que tentavam roubar as especiarias dos colombianos então eles construíram uma muralha para o acesso ficar bem mais difícil tendo uma forma de se defender e proteger os bens de suas terras, então todo o centro histórico. Grande parte das fotos que você vai ver na internet são da parte interna da muralha que é a parte preservada de Cartagena. Iniciamos nosso roteiro pela Torre Del Reloj que é a entrada para o centro histórico, passando por diversas ruas, casas de dois andares coloridas cheias de flores lindas e lojas com todo tipo de coisa para turistas e locais. Andando por lá naturalmente achamos os pontos turísticos mais importantes: a Catedral de Santa Catalina de Alejandría que convenientemente já ficava ao lado da Plaza Santo Domingo onde provei a melhor salada de frutas que já comi na vida. Imaginem laranjas azedinhas, morangos docinhos e tudo com um sabor tão natural que senti como se nunca tivesse comido fruta boa e fresca antes na minha vida. Logo ao lado visitamos o Palácio da Inquisión que é o mais próximo que chegamos de um museu na cidade. Ele é pequeno e um dos únicos desses passeios que cobra a visita, também o único que pede mais de alguns minutos, o tour no palácio leva um pouco mais do que uma hora, mas vale a pena pra conhecer um pouco da história da cidade (e ficar um tempo no ar condicionado porque é quente sempre acima dos 3o graus). Andando por lá, paramos em alguma esquininha e sentamos em um restaurante que achamos que era típico pra abrir o cardápio e descobrir que era espanhol (ooops!) então não cometam a mesma gafe que a gente e sempre procurem restaurantes perto das praças. A praça da Parroquia San Pedro Claver tem diversos restaurantes muito mais em conta, típicos e que convenientemente, abrem de noite e ficam tocando música ao vivo. Infelizmente, não conseguimos esperar até de noite pelo cansaço, mas ao menos visitamos dentro da paróquia que era bem linda (e grátis).


Palácio da Inquisión e Vista do Palácio para rua

No segundo dia, nós fomos mais turistas possíveis e decidimos entrar no Hop off Hop On Bus. Eu sei que parece uma escolha bem preguiçosa e sem graça, mas acreditem em mim quando digo que vale a pena. O ônibus leva em um tour pela cidade inteira e foi lá que percebi como ela é muito maior do que aparenta ser. Estávamos hospedadas no Getsemani que é um bairro novo e meio hipster próximo a parte histórica/turística da cidade, mas dando a volta completa percebi que essa parte é totalmente diferente do que a cidade é hoje em dia. Cartagena é como qualquer cidade grande do mundo: cheia de apartamentos, prédios espelhados, carros novos, ruas cheias de McDonald’s/Domino’s e completamente renovada, mas o centro histórico ainda é o ganha pão da cidade e por isso é preservado. Tomei um susto quando andando por lá vi quão moderna ela era e, por mais que soubesse que ela não iria ficar histórica para sempre, não sabia que era tão desenvolvida. Inicialmente, optamos em fazer uma volta inteira pela cidade no ônibus e depois parar onde queríamos para conhecer um pouco mais, inclusive perto de pontos históricos, porque além do valor ser bastante em conta, muito mais a pena do que pedir um uber/táxi, o ônibus vale durante dois dias inteiros levando e deixando em qualquer um dos pontos do mapa quantas vezes quiser. Depois da volta completa, decidimos ficar no centro histórico para almoçar e fomos na La Cevicheria que, meu deus, serviu o ceviche mais fresco que já comi na minha vida. Não é o local mais barato, e confesso que meio hipster, mas delicioso e fica em um lugar super gostosinho do centro menos movimentado. Nosso último passeio do dia foi visitar o Convento Santa Cruz de La Popa para ver a vista da cidade. O Convento é o local mais alto de Cartagena e é lá que você consegue ter uma noção de quão grande a cidade é e como claramente é dividida entre a parte histórica e a moderna. Além disso, o local é lindo e muito fresco que compensa o valor pago do ingresso + táxi. Uma dica sobre o Convento é que em muitas reviews da internet você vai ler que não vale a pena porque é “só” a vista, e ainda tem que pedir o táxi/uber que for te levar para esperar (eles já estão acostumados com isso) porque não tem carros ali em cima, mas foi um dos meus lugares preferidos da cidade e um dos mais bonitos também. Encerramos o dia, que estava quente demais, voltando para o hotel e indo direto para a piscina aproveitar um pouco do calor. Não deu tempo de jantar fora, de ir procurar algo nem nada porque parece rápido mas andar durante um dia todo em um calor desgraçado, não sei vocês, mas faz com que minha energia vá pra 0% em no final da tarde.

Pare interna do Convento Santa Cruz de La Popa e um gatinho que achamos por lá

Que vista, né?

Nosso último dia foi também o mais cansativo. Acordamos mais cedo que o normal porque queríamos subir até o topo do Castelo de San Felipe de Barajas antes de começar a esquentar muito e sendo sincera, estava com medo de passar mal ou pior, minha mãe passar mal (ela até fez live do facebook porque não sabia se ia aguentar kk). Felizmente, foi muito mais fácil do que imaginamos e vale muito a pena a visita mesmo sendo o ponto turístico mais caro de toda cidade. É lindo por dentro, tem vários caminhos escuros que te fazem acreditar que você poderia fazer seu próprio filme de terror, mas acima de tudo a vista compensa muito. Não é impossível, mas sim, dá uma cansada ainda mais com o calor, mas no topo tem uma lojinha com souvenirs (mais baratos do que no centro histórico e no aeroporto, fica a dica), sorvete, água, tudo que você precisa para refrescar e uma vista bem bonita do centro da cidade. Acho que foi um dos passeios mais padrão que fiz e gostei muito. Acaba levando a manhã toda, mas como reservamos exatamente esse período não tivemos muita pressa. Voltamos ao centro histórico para andar um pouco mais por lá e passar pelas Las Bovedas, que não são nada menos do que as muralhas que falei no início do post, e procurar a Casa Gabriel Garcia Márquez, que não é nada mais do que um muro agora que se tornou uma residência privada, porém não achamos ou sendo sincera, dei umas voltas, não achei e me dei por vencida. Parece que não, mas cansa, viu, e com essa busca frustrada decidimos voltar pro hotel para nos arruarmos e ver o pôr do sol no Café Del Mar. Se você procurar no google é o destino turístico na parte de comida/bar. O pôr do sol é lindo mesmo, de tirar o fôlego, mas sendo sincera? Passe. É tudo mais caro do que deveria ser, as coisas são boas, mas não merecem o preço, é lotado de turistas e parece que você está em outro lugar que não é Cartagena. Mas toda experiência é válida, né?

Apesar da impressão, foi uma experiência boa sentir uma brisa no rosto e ver um dos pôres do sol mais lindos que já vi na vida ao ponto de nenhuma foto que tirei fazer justiça. Cartagena e seus habitantes te abraçam e fazem se sentir super bem vinda, como os mineiros aqui, e acima de tudo é uma cidade que ainda preserva um pouco da sua história como poucas atualmente. A cidade, ou grande parte dela, vive a base do turismo então vão visitá-la e prometo que vocês não vão se arrepender. Take me back to my Cartagena ooh-na-na…

P.S.: alguns lugares que infelizmente não conseguimos ir por falta de tempo e/ou energia: Teatro Adolfo Mejía, El Santíssimo (restaurante super tradicional de lá), Café Havana e o Donde Fidel. Quem sabe na próxima.

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2017, fotos, viagem

Colômbia e Considerações

October 27, 2017 by Tany 9 Comments

Faz exatamente uma semana que estava voltando das primeiras férias em mais de três anos. Quando digo férias, digo poder viajar sem se sentir culpada por precisar estar trabalhando ou algo do tipo, mas realmente relaxar e conhecer um lugar novo, abraçá-lo e fingir que ele é seu por alguns dias e foi exatamente isso que fiz. Quando decidimos ir para Colômbia, eu e minha mãe, não sabíamos o que esperar. Sabia que Cartagena era uma cidade colorida, mas minha informação sobre o país era muito superficial. Quem imaginava que iria voltar tão apaixonada assim? Certamente, eu não. Acho que tem um nível de paixão por cada cidade que nós visitamos no nosso país, mas principalmente pelo mundo, como disse aqui. Cartagena e San Andrés despertaram coisas muito específicas em mim que não senti em nenhuma outra cidade e sinto que é minha missão fazer vocês se apaixonarem por cada uma delas também.

Antes de fazer um post específico sobre cada uma, acredito que esse é mais um guia básico de informações que recolhi pela internet e que aprendi enquanto estava lá. Algumas dicas talvez ajudem turistas de primeira viagem, como eu, a não cometer alguns erros ou ponderar o que precisa e o que não precisa para se viajar pelo país. Como vocês sabem, não sou travel blogger (queria? queria sim, por favor, me contatem eu estou a disposição), mas dicas nunca são demais, né? Então, vamos lá:

▼ Uma das partes mais importantes, antes mesmo da viagem, é tomar a vacina da febre amarela pelo menos duas semanas antes de viajar. No meu caso, já tinha tomado alguns anos atrás, então só fui na Anvisa tirar meu Certificado Internacional de Febre Amarela. Eles pedem isso no balcão da companhia área ainda no Brasil como na hora de conferir o passaporte/carteira de identidade.
▼ Dizem que você não deve tomar água de nenhum lugar que não seja de garrafa. Realmente não sei porque acabei só tomando água assim durante a viagem, mas não custa dar a dica. Algo sobre não serem filtradas e etc.
▼ Faz calor o ano todo em ambas cidades e quando digo calor, é calor mesmo, tá? A média de temperatura durante nossa estadia variava de 28 a 33°C durante o dia e 22 a 26°C durante a noite. Ambas cidades são bem ventiladas, mas San Andrés você sente um pouco menos de calor por ser uma ilha e ser mais aberta, porém queima bem mais que em Cartagena já que o vento engana que não está tão quente. Levei protetor solar, fiquei na sombra quase o tempo todo nas praias, mas ainda voltei super bronzeada e com indício de insolação.
▼ Não existe taxímetro em ambas as cidades – não sei se é em todo país, mas não custa verificar – então assim que entrar no táxi você tem que perguntar o preço e rola muito de negociar. Porém a maioria das corridas não deram mais do que 7.000/8.000 pesos colombianos o que sai em média 6 ou 7 reais. O Uber em Cartagena é mais caro que os táxis. Não tentamos e nem procuramos Uber em San Andrés.
▼ Levem adaptador. É algo básico e sempre esqueço, mas mesmo levando um com os tipos mais comuns no Brasil, o deles é esse tipo A então o ideal é levar um adaptador mundial mesmo.
▼ Fizemos o câmbio no aeroporto do Brasil, mas em Cartagena na parte histórica – que é basicamente o que se tem pra fazer – tem casa de câmbio em qualquer esquina que se vira, porém em San Andrés o único câmbio que vimos é no aeroporto e só fica aberto em horário comercial. O nosso hotel fornecia a opção de levarem câmbio até lá, mas fizemos isso e era absurdamente caro. Não recomendo.
▼ Tanto Cartagena como San Andrés são tranquilas para andar de noite. Grande parte do Centro Histórico fecha depois do fim da tarde, mas existem restaurantes, e San Andrés dependendo de onde você se hospedar não vai ter muito o que se fazer, mas caso fique pela área nova/comercial, como ficamos, dá pra ir passeando após o jantar ou andar quando anoitecer sem perigo nenhum, porém ambas cidades só tem atividades diárias. A noite é meio caída para algo além de jantar.
▼ Para entrar em San Andrés você paga, no aeroporto, uma taxa de cerca de 100.000 pesos colombianos por pessoa o que dá mais ou menos 100 reais. Só aceitam dinheiro então já leve trocado.
▼ Se você for levar lembrança, uma das mais recomendadas é o café colombiano que dizem ser um dos melhores do mundo. Tem todos os tipos de café dos mais caros aos mega baratos por lá. Comprei alguns super baratos que, honestamente, nem sei se era de boa qualidade, mas ainda não experimentei porém os que tomei durante a viagem eram todos deliciosos.
▼ Para amantes de frutos do mar, como a minha mãe, em ambas as cidades, mas principalmente San Andrés, você consegue comer sem pagar caro. Na verdade, é super em conta esses pratos.

Só escrever isso me deu saudade de viajar pra lá. É tanta coisa boa que tenho pra contar que precisarei fazer um post para cada cidade. Espero voltar pra esse pedaço de paraíso o mais rápido possível. É realmente inacreditável como está bem ali em cima, perto da gente, e ao mesmo tempo parece tão longe.

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2016, tag, viagem

TAG: Wanderlust

December 4, 2016 by Tany 8 Comments

buenosairesBuenos Aires, 2014

Faz muito, mas muito tempo que eu não faço uma TAG nesse blog que honestamente, nem lembro a última. Esses dias estava no blog da Taís e me deparei com essa tag maravilhosa sobre um dos melhores assuntos do mundo: viajar. Não teve outra e eu tive que copiar. Não vou taggear ninguém porque acho que nesse tempo atual de blog ninguém mais faz isso ou posta com frequência mas sintam-se livres pra fazer e caso façam, me avisem. Vamos lá:

1: Quando e pra onde ia o seu primeiro avião?
Provavelmente antes de um ano de idade porque sempre vi todos minhas muito pequenininha em Brasília e Porto Velho. Nasci em um e morei quando bem pequena em outro daí fazia bate volta sempre pra ver minha mãe e meu pai.

2: Para onde você já foi e gostaria de voltar?
Acredito que todos os lugares que já fui, dentro e fora do Brasil, eu gostaria de voltar, mas atualmente entre todos que visitei queria muito ir pra Nova Iorque novamente. Tá dando uma saudade absurda de lá.

3: Você está viajando amanhã e dinheiro não é problema. Pra onde você vai?
Iria pra Islândia, sem sombra de duvidas, mas morro de medo de não voltar (porque eu sei que não iria querer) então já que dinheiro não é problema eu iria pro leste europeu e depois pra lá. Provavelmente já estaria planejando outra viagem também.

4: Método preferido de viagem: avião, trens ou carro?
Avião por ser mais rápido e ter essa saudade de sair do país que ando tendo, mas nunca viajei de trem e quero muito, se possível logo e vendo paisagens lindas. Viagens de carro são mega agradáveis e desde que me mudei pra São Paulo peguei gosto por elas e pelo famoso bate-volta ou só uma fugidinha pelo final de semana.

ilhadepascoaIlha de Páscoa, 2014

5: Site preferido de viagem?
Blogs de gente que viaja, principalmente os que dão muita dica, e sites de promoções (óbvio)

6: Para onde você viajaria só pra comer a comida local?
México, França e Itália.

7: Você sabe seu número de passaporte de cabeça? 
Sei o início mas me embolo no meio.

8: Você prefere o assento do meio, corredor ou janela?
Janela sempre. Corredor é ok porque sempre levanto pra ir no banheiro mas assento do meio acho que ninguém gosta, né?

9: Como você passa o tempo quando está no avião?
Querendo ou não, eu durmo e geralmente, antes de decolar.
Se a viagem é mais longa consigo ler um pouco de livro, se tem série/filme vejo alguma coisinha, mas geralmente abro um livro por meia hora e o resto passo dormindo/escutando música.

10: Existe algum lugar pra onde você nunca mais voltaria?
Não, eu não odiei nenhum pra não voltar, mas acho que deixaria pro fim da lista Washington, D.C. que já visitei e achei lindo mas não voltaria tão cedo e Santiago, no Chile porque já fui duas vezes em um curto espaço de tempo.

dsc_1192Vienna, 2012

Que saudade de viajar que deu. Pegar um avião pra qualquer lugar, provar comidas novas, olhar cenários e pessoas diferentes e aprender muito enquanto você se emociona como o mundo é lindo. Ô gente, como alguém não gosta de viajar? Ficar em casa é ótimo, mas voltar pra casa é melhor ainda principalmente trazendo experiências como essa.

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2016, texto, viagem

O Poder De Se Apaixonar Por Uma Cidade

April 26, 2016 by Tany 8 Comments
Los Angeles, 2013

Los Angeles, 2013

Uma das minhas quotes preferidas é do filme Paris, Eu te amo e foi exatamente aquele tipo de quote que te preenche de uma forma que você pensa que poderia ter escrito aquilo, que poderia ter sentido aquilo, mas que não foi você.

Ultimamente eu venho sentido uma vontade absurda de viajar e principalmente, de me perder pelo mundo. Minha mãe sempre disse que ela me criou pro mundo e que ela nunca tentou me prender por isso, porque soube que eu nunca fui dela, que eu fui sempre minha e do mundo. Inicialmente eu só a achava liberal demais, mas conforme eu fui crescendo, eu entendi. Conforme eu fui vivendo, eu senti, eu compreendi, e as memórias estão aqui pra confirmar isso. Foi aquela queimadura na perna andando com uma roupa totalmente errada voltando pro apartamento em Nova Iorque com um dos meus melhores amigos. Foi aquele cheiro de mar e o pensamento de “Eu poderia me perder aqui” quando eu conheci o Rio de Janeiro pela primeira vez. Foi o sorriso e o sentimento de me sentir em casa quando fui pra Curitiba. Foram aqueles chupitos e risadas de toda quarta quando morei em Madrid. Foi andar na neve, ficar com o nariz vermelho, rir e morrer de frio em Boston. Foi me perder por Viena sozinha e não me preocupar porque eu sabia que eventualmente eu iria me achar e que eu estava segura. Foi olhar para as pessoas em Londres e pensar que eu precisava voltar naquele lugar pelo menos umas vinte vezes na vida. Foi olhar os luzes de Washington, DC e pensar que elas refletiam lindamente com as flores das árvores perto dos prédios do governo. Foi ver o sol, as pessoas, as luzes na estrada e tudo em um só lugar em Los Angeles. Foi andar pela praia em Florianópolis de mãos dadas, olhar o infinito do mar e me sentir completa. Foi ficar sem ar na Ilha de Páscoa. Foi andar devagar esperando meus pais e quando virei o rosto, me dei conta do pôr-do-sol mais lindo que já vi entre dois prédios magníficos em Buenos Aires. Foi conhecer São Paulo pela primeira vez e sentir que essa cidade me representava e me dava espaço para ser o que eu queria ser enquanto as pessoas andavam em contra fluxo e nem olhavam pra mim, mas as artes me abraçavam. Foi passear por Santiago no meio do caos, passar por perrengues e ainda assim sorrir porque era o Chile. Futuramente pode ser Paris, Cidade do México, Toronto, Belo Horizonte, Amsterdã, Reykjavik, Berlin ou pra onde a vida me mandar.

O sentimento de saudade de um lugar, diferente de uma pessoa, ele nunca vai embora. Ele pode ficar escondido entre todo o caos da sua vida, mas um cheiro, uma música, uma pessoa, uma comida, uma foto, um filme, alguém vai te fazer lembrar de lá e teu coração vai se aquecer, um sorriso vai abrir e você vai voltar por alguns segundos pra aquele paraíso que hoje em dia só existe na nossa mente, na nossa memória. E ele vai continuar lá até você voltar, e aí ele só vai aumentar, mas ele nunca vai embora porque quando uma cidade te abraça pode ter certeza que você vai ser dela e ela vai ser sua pelo tempo que você viver.

And then something happened, something that is hard to describe. Sitting there in a foreign country, far from my job and all the people I knew, a feeling came over me. As if I recalled something, something that I had never known and for which I had been waiting. But I didn’t know what it was. Maybe it was something I had forgotten. Or something I had missed my whole life. I can only tell you that at the same time I felt joy and sadness. But not a great sadness. Because I felt alive. Yes. Alive. That was the moment I fell in love with Paris and the moment that I felt that Paris had fallen in love with me. – Paris, I Love you

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2015, cotidiano, viagem

Primeiro (e quem sabe Último) Carnaval no Rio de Janeiro

March 17, 2015 by Tany 11 Comments

Veja bem, pessoal, eu sei que o Carnaval já passou tem quase um mês e nós finalmente demos adeus aos mil bloquinhos que resolveram aparecer em todas as cidades (queria mais 🙁), mas eu acabei esquecendo de postar o meu Carnaval aqui e eu queria muito deixar registrado.

Esse foi o meu primeiro, e acredito, último Carnaval no Rio. Eu nunca fui muito fã de Carnaval e de sair naqueles blocos imensos com muita gente suada, caos por todas as ruas próximas, você ficar desviando de homem e cuidando da bolsa o tempo inteiro, mas… meus amigos de Manaus iam pro Rio e pensei: por que não? Estava morrendo de saudades deles e eu acho que todos deviam passar um Carnaval no rio durante a vida.

Bloquinho logo embaixo do nosso sobrado 🙂

A minha expectativa X realidade do Carnaval foi uma coisa bem diferente. Na minha concepção ia conseguir ir nos bloquinhos de dias, praia de manhã e festa de noite. Eu sei, e eu sei que me iludi de uma forma absurda, mas a principal intenção era passar tempo com os meus amigos e isso eu consegui. Nós ficamos hospedadas em Santa Tereza e era difícil sair de lá então às vezes passávamos mais tempo no sobrado do que na rua, mas deu pra descansar. Consegui ir em dois blocos, uma vez na praia (geralmente fico na areia porque não aprendi me portar em mar até hoje) e em uma festa de noite. Foi menos do que eu gostaria? Foi. Eu conheci a cidade? Não. Queria? Sim, mas sabia que seria impossível. E em algumas horas eu fiquei com ódio do caos, da chuva, da falta de táxi pra quantidade de gente, da distância de onde estávamos para o fervo.  Por outro lado, eu fico olhando as fotos agora e eu estava perto das pessoas mais divertidas que poderia estar, que fizeram noites de chuva trancadas em casa mais divertidas que os blocos e balada juntas e engraçadas que podia imaginar quando escolhi passar o Carnaval lá.

Almocinho improvisado de todos os dias

Rio, te amei no Carnaval, te amo em outros momentos, mas confirmei que eu sempre gostei desse feriado bem calmo e preguiçoso porque é isso que eu sou.

Em 2014 passei meu primeiro Carnaval em São Paulo e tem post sobre ele aqui.

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SOBRE

Tany – libriana, arquiteta, descobrindo e morando em São Paulo. Viciada em viajar, cultura pop, filmes, séries, livros, jogos e o que mais você colocar na frente. Tenta consumir tudo ao mesmo tempo mas sabe que nunca vai conseguir. Não sabe o que é dormir, mas sabe o que é sonhar.

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